"Não há diferença entre um pessimista que diz: 'Ah, é impossível, então não se preocupe em fazer nada', e um otimista que diz:'Não se preocupe em fazer nada, vai dar tudo certo de qualquer jeito'. Nos dois casos nada acontece"
Yvon Chouinard, Fundados da Patagônia.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Pracinha do Prédio
Aquelas fotos dos camaradas durante o tempo das empreitadas, descobertas, quando podíamos nos dar o luxo de dizer até ingênuos. Tempo da saudade. Aquela saudade boba, importante e acima de tudo, linda.
Uma mocidade que quando não se reconhecia, tingia os cabelos de vermelhos, cortava-os, a fim de mostrar que mudou. As mudanças marcaram os corpos com seus hábitos. Os magricelos ficaram cheinhos, os gordinhos emagreceram e engordaram de novo, os de cabelos encaracolados os tem lisos agora, e nesse vai e vem, nos espantávamos juntos também.
Para trocarmos ideias, piadas, paqueras, fofocas, problemas, brigas (e foram muitas) e sentir frio era preciso um templo. E tínhamos. Neste lugar especial constata-se apenas quatro bancos, nenhuma beleza e muito concreto: a famosa praçinha do prédio. Mas o que há de concreto mesmo, é que este foi um dos lugares mais lindos da nossa memória dos quais compartilhamos mais de uma década das nossas vidas e que posteriormente concluiremos terem sido os melhores.
O amor uniu muitas vezes por sua força. Às vezes separou porque não afrouxamos esse amor quando e como deveríamos. Alguns trocaram de endereços, por algum tempo mudaram de estados, e outros foram ainda mais radicais mudando de país. Mas duvido que em nenhum outro bairro, cidade, estado e país (ainda que de primeiro mundo) vocês encontrem uma pracinha acabadinha, feinha, e tão cheia de memória viva quanto às dos anos passados até os dias de hoje. Duvido que vocês consigam encontrar um beco que cheira mal e apertado e sejam espirituosos a ponto de dizer que jogam vôlei (corte), futebol, façam festas surpresa, deem uns amassos, naquilo que acreditávamos ser um “salão de festa”. Nós já não aceitamos mais isso, pois nossos parâmetros mudaram; outras pessoas foram agregadas, outras pessoas foram repelidas, nos tornamos tios postiços de alguns daqueles adolescentes que gritando pela janela (pois o interfone está sempre quebrado) chamamos para “brincar”. O pior e o melhor é que brincamos... Aos vinte e poucos anos brincamos de pique esconde quando faltou luz, e com tantas brincadeiras tomamos vários tombos, várias lâmpadas foram quebradas, quedas conjuntas, havaianas jogadas na caixa do ar condicionado.
E as escadas? O que dizer das escadas? Dá até medo! Mas quem nunca deu uns beijinhos naqueles degraus? – independente do bloco. Reduto dos desocupados jogando War até 5 da manhã. Dos pedidos de hamburgão que forçadamente nos fazia permanecer naquele lugar, onde as risadas ecoavam a nossa alegria e incomodava quem queria dormir. Das noites calientes dos visinhos libidinosos que foram protagonistas de um episódio épico do que se deve fazer para conseguir um suco e que ninguém jamais esquecerá aquela noite que rendeu muitas risadas.
E o que dizer do zelador?! Das fofoqueiras?! Do sofisticado restaurante em frente que nos fazia permanecer lá até ser expulsos (coisa que acontecia até no máximo às 11h e no mínimo uma vez por semana). São tantas as histórias, tantas as memórias que minha única motivação em lembrar e escrever isto é saber que tenho as mesmas pessoas para compartilhar e lembrar-lhe que mesmo muito diferentes, somos feito um para o outro. Ainda que apenas por algumas horas do dia.
Uma mocidade que quando não se reconhecia, tingia os cabelos de vermelhos, cortava-os, a fim de mostrar que mudou. As mudanças marcaram os corpos com seus hábitos. Os magricelos ficaram cheinhos, os gordinhos emagreceram e engordaram de novo, os de cabelos encaracolados os tem lisos agora, e nesse vai e vem, nos espantávamos juntos também.
Para trocarmos ideias, piadas, paqueras, fofocas, problemas, brigas (e foram muitas) e sentir frio era preciso um templo. E tínhamos. Neste lugar especial constata-se apenas quatro bancos, nenhuma beleza e muito concreto: a famosa praçinha do prédio. Mas o que há de concreto mesmo, é que este foi um dos lugares mais lindos da nossa memória dos quais compartilhamos mais de uma década das nossas vidas e que posteriormente concluiremos terem sido os melhores.
O amor uniu muitas vezes por sua força. Às vezes separou porque não afrouxamos esse amor quando e como deveríamos. Alguns trocaram de endereços, por algum tempo mudaram de estados, e outros foram ainda mais radicais mudando de país. Mas duvido que em nenhum outro bairro, cidade, estado e país (ainda que de primeiro mundo) vocês encontrem uma pracinha acabadinha, feinha, e tão cheia de memória viva quanto às dos anos passados até os dias de hoje. Duvido que vocês consigam encontrar um beco que cheira mal e apertado e sejam espirituosos a ponto de dizer que jogam vôlei (corte), futebol, façam festas surpresa, deem uns amassos, naquilo que acreditávamos ser um “salão de festa”. Nós já não aceitamos mais isso, pois nossos parâmetros mudaram; outras pessoas foram agregadas, outras pessoas foram repelidas, nos tornamos tios postiços de alguns daqueles adolescentes que gritando pela janela (pois o interfone está sempre quebrado) chamamos para “brincar”. O pior e o melhor é que brincamos... Aos vinte e poucos anos brincamos de pique esconde quando faltou luz, e com tantas brincadeiras tomamos vários tombos, várias lâmpadas foram quebradas, quedas conjuntas, havaianas jogadas na caixa do ar condicionado.
E as escadas? O que dizer das escadas? Dá até medo! Mas quem nunca deu uns beijinhos naqueles degraus? – independente do bloco. Reduto dos desocupados jogando War até 5 da manhã. Dos pedidos de hamburgão que forçadamente nos fazia permanecer naquele lugar, onde as risadas ecoavam a nossa alegria e incomodava quem queria dormir. Das noites calientes dos visinhos libidinosos que foram protagonistas de um episódio épico do que se deve fazer para conseguir um suco e que ninguém jamais esquecerá aquela noite que rendeu muitas risadas.
E o que dizer do zelador?! Das fofoqueiras?! Do sofisticado restaurante em frente que nos fazia permanecer lá até ser expulsos (coisa que acontecia até no máximo às 11h e no mínimo uma vez por semana). São tantas as histórias, tantas as memórias que minha única motivação em lembrar e escrever isto é saber que tenho as mesmas pessoas para compartilhar e lembrar-lhe que mesmo muito diferentes, somos feito um para o outro. Ainda que apenas por algumas horas do dia.
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