quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sou Flor

Sou flor!
Pela beleza e ausência de dor.

Sou flor!
Estou em tantas campinas,
De corpo e alma fincada.

Sou flor!
Sem cor,
A espera que tu decidas meu tom.

Sou flor!
Gostaria de me colorir de carmim,
Cor de luz firme e vibrante.

Serei sempre flor e seja como for,
Estarei a te esperar,
No chão, frágil, a mercê do vento,
Enquanto espero teu intento.


Jane Bem

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

É confuso ser comum

Não tenho só amor altivo ou só piegas;
Tenho também, um amor altivo e piegas.
Tenho a doçura do passar, uma imensa dificuldade de me desvincular, de partir, de te deixar, de não mais me possuir, de me fatigar de tanto me amar.
Não temos certeza, estamos sempre a espera da esperança e por isso andamos na corda bomba da incerteza, aquela corda que excita, a corda que tem o fio da eternidade.
Não somos piegas, somos sofridos. Escolhemos sofrer por (de) amor, por que não há paz sem amor. Eu, não quero a paz sem amor. Quero que teu afeto me esmague de dor, até que eu, diga; basta.
-Por ti não quero sofrer!- Então busco um outro coração, que me fite com o olhar, que me iluda que para sempre me amará, para então de novo sofrer.
Enxugando os olhos a cada laço de emoção, recolhendo o sumo de toda relação, partirei, até o dia em que pararei.
E quando eu parar, e quando eu parar de procurar que não seja propositalmente, mas sim naturalmente, para só assim pensar, refletir, me encher de mim, e mais uma vez me doar.
Então na minha paz, num parque, na praia, ou num passeio pelo cais, ei de encontrar, um amor diferente, quero me sentir suficiente à mim e a ele. Que eu não chore o dia inteiro, por não ser sempre bela, por ganhar pouco, nem fazer sentinela para ter a certeza do amor.
Me desacoplei do amor intenso. Quero uma casa modesta, pintada de beje, para que as cores surjam dos novos natais, do azul do céu sobre vidraças das janela na hora de almoçar, onde entre luz para nos iluminar. Nos veremos desmascarados, amuados, estranhos, singelos, gentis, que apareça tudo, principalmente que nos digamos sempre que somos amados.

Jane Bem

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A música e o vagabundo

O que há nesta flauta?
O que há neste violão?

Um sopro de vida,
E um tantinho de solidão.

É um destino de amantes
Entre a música e o fanfarrão,
Que dança!

Ele joga com força o corpo fétido
E fica bêbado de emoção.
Vai dançar ó alegre coração!



Jane Bem

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Brincadeira de mulher

Te arrebatei o coração,
Tão forte que, paraste de nomear a sensação.
Tens de me perdoar.

Com meu véu de mulher;
Não te toquei e te seduzi, não deixastes o pano cair;
Desejei tanto meu ego quanto te iludir.
Tens de me perdoar.

Fui vil com teu sentir,
Na minha armadilha caí,
Estou a te amar.
Tens de me perdoar.

Sou tola, insana, biscate, amante,
Quero que sejas meu homem,
Te clamo!
Tens de perdoar.

Vem ouvir meus murmúrios de dor,
Vem sentir meu pulsar,
Vem, vem, vem...
Tens de perdoar.

Vieste me encontrar;
Mesmo com minhas infames miudezas,
Em teu coração há amor e dor, mas,
Queres me perdoar.



Jane Bem

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Palavras Insanas.

Vou deixar meus poemas de cabeça para baixo,
falar que o amor é um ato errado.

Cuspir na decencia,
"Louvar a doença".

Não pedir licença
Não ser ética, jogar ao ar a etiqueta.

Não me orgulharei desta escrita,
Concebas que não sou uma escriba,
Também falamos, sentimos e somos o feio.


Jane Bem

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Encontrando - me

Pensei se não seria mais fácil simplificar.
Não pensar, me entregar e ver no que dá.

Pensei se não seria melhor construir.
Um relicário, uma biblioteca, um mostruário,
Só não pode ser nada ordinário.

Pensei se não seria mais fácil desistir.
Não fracassaria, não me frustraria, mas é fato, não me orgulharia.

Pensei se não seria mais fácil priorizar.
A carreira profissional, tocar um instrumento musical,
Mas tanto pensei e quase me esqueci,
Necessito ser altentica e não fazer o que ouvi.

Jane Bem



O Título

Uma das coisas mais dificeis é entitular.
Dizer em algumas ou em apenas uma palavra "tudo" aquilo que se quer é um tanto penoso.
Ao ver um pássaro e seu gorgeio, e o mesmo me desperta encantamento não quero falar cruamente de um determinado pássaro em uma determinada árvore com um determinado canto. Como se fosse possível determinar.
Quero sempre mais que relatar, quero (meu grande e insistente anceio) fazer sentir ao máximo, não o que eu senti (é impossível), quero apenas o sentimento, seja ele qual for. Não quero rótulos, mas sim um motivo para buscarem o que desejo que sintam, ou ao menos saibam que naquele instante eu senti, e o quê senti.
O título é um convite,
o título é uma denuncia,
o título é o mebro superior, ou seja, ele diz o que será.
Pensas que o título é simplificar ? Experimente escrever.



Jane Bem

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sussurros

Cancelemos tudo.

Vamos só ouvir. A música é uma forma mágica de amor justamente por dizer tanto e ter um fim tão breve. Música é aquele caso de amor com o silêncio.

Agora:

Procuremos um espaço.
Dei-me sua mão, e vagarosamente às entrelacemos... Envolva sua mão em minha cintura. Recoste seu corpo ao meu. Não há o que temer; nos pertencemos;


Fechemos nossos olhos. Dancemos. Vamos ao nosso ritmo, vamos dançar primeiro com a alma, pois o corpo acompanhará.


E nesta dança, esteja certo, estarei falando o que agora estou pensando...

Eu penso sempre em você. Eu sempre quis alguém como você.
Meu riso é sensato, insano e por vezes amargo,
Mas você acarinha minha alma, e seu amor tem altivez.
Na outra vida, quero amar-te outra vez.
Quero dançar com você todo amor que ainda não dancei.
Foi pra viver que te esperei.

(Com grande amor para um amor ainda maior: Júlio)
Jane Bem

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Perguntas indiscretas.

O que te prende?

Ou melhor, o que te desperta “o sentimento”? Mas aquele(s) sentimento que te faz pulsante, útil e atuante. Música, teatro, pintura, viagens, literatura, bebida, comida, dança, esporte, escrita, ou outrem que não foi por esquecimento citado?
A indagação quer ter como resposta (e se possível apenas uma, a mais relevante) o que você opta como o teu bel prazer, e nesse mundo tão apressado, é importantíssimo ter um gozo.


Qual o seu?


Você se permite ter?

Você se culpa por ter?

Você se culpa por não ter?

Qual é a sua?

Você tem?

Você quer ter?

É tanto e tudo ao mesmo tempo, como se nossos gostos e talentos fossem expostos numa prateleira, onde sabemos que há, mas não se sabe bem o quê, e se sabe, nem sempre é possível levá-lo para casa. E o que você faz quando não der para ter o mais desejável? Você recorre a outro, ou, corre para a mazela? Convenhamos, é fácil não fazer nada. É fácil não ser nada?

O nada é ter tudo e não ser nada. É estar em tantos lugares parcialmente. Esse jogo do tudo ou nada, tudo ou tudo, nada ou nada. Esqueça essa ideia tola do século XXI! O tudo é tudo e o nada é nada. Fato. Não temos tudo, e não nos resumimos ao nada.

E quem você é?

Responda (óbvio se quiser)! Mas relaxe, sem pressão do tudo ou nada, apenas pense e tenha calma.

Jane Bem

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Espasmos do meu passado

Meus pensamento ficam revoltos quando faço o restrospecto de minha adolescencia e nela encontro uma menina de pés flutuosos e pensamentos fincados.
Pensamentos ficandos em apenas a beleza de um único garoto, uns poucos beijos, umas poucas amigas, uns poucos passeios e quase nenhuma ousadia.

Onde eu estava que não aprendi a tocar um instrumento? onde me enfurnei que não fiz nem fui a nenhum luau? Cadê meus poemas diversificados, ou invés de escrever cartas a mim mesma sobre um mesmo assunto (o de toda adolescencia): amor não conrrespondido? Onde eu de fato estava além de julgando, retocendendo e constituindo minha moral de menina moça (que nos é exigido)?

Nem me recordo no que eu pensava e concluia aos 14/15 ano sobre política, literatura, música, família, passeios. Que loucura! Talvez eu não tenha pensado o mundo. Pior, talvez não o tenha vivido. Tenho 24 anos, para muitos que irão passar a vista por estas linha rirão por eu ainda ser jovem.

Mas acredite, estou em espasmos só em pensar que aos 34 posso estar pensando que não vi o mundo além do meu. Fato é que de dez em dez anos se vive uma vida. Já se foi boa e válida ou não, é uma outra história.


Jane Bem