quinta-feira, 25 de março de 2010

Sábio ou Sabichão?

Tenho medo da inteligência vulgar. Aquele modo prepotente de achar que é sábio, por saber o que todos também já sabem. Não quero fazer de um mero passeio um debate. Não acho inteligente fazer jorrar inúmeras e inadequadas informações, estatísticas, teorias ou citações, não que essas não tenham sua importância e função, mas eu, prefiro a indagação.

Indagar é de pouco em pouco desvendar. Apresentar idéias é bem mais interessante que impô-las, refletir é bem mais que respostas prontas de livros, enciclopédias, almanaques, e internet. Indagar, é mais instigante quando auxiliados por tais instrumentos somos “obrigados” a encontrar nossas próprias respostas, mesmo que a pergunta seja a mesma para todos.

Inteligente é ser curioso, é ser disposto e gentil em ouvir (mesmo que seja uma asneira). O Sabichão despeja o que foi depositado em sua tabula rasa, alardeando a resposta que outro pensou, e, definiu. Sábio é tentar entender a idéia, refletir sem inércia, compartilhar saberes, distinguir, é respeitar a opinião alheia, e por fim, errar (ato natural no desenvolvimento da aprendizagem). Na empreitada que é compreender, aprender e evoluir didaticamente, consciste em uma boa oportunidade de evoluirmos mais como seres humanos, do que ficarmos mais eloqüente. No mais, as conclusões são o que menos importa, pois nunca teremos todas as conclusões que necessitamos (ainda bem), o belo, é o caminho que você escolheu para descobrir suas próprias verdades, afinal, a inquietação é sua, só sua. Sabedoria e conhecimento é tudo aquilo que fica quando os livros se vão.


- Uma inquietação que compartilho como reflexão.

Jane Bem

15/03/2010

sábado, 20 de março de 2010

Outono

Tempo de bonança, que embeleza os dias
Tempo de mudança, indispensável à vida
Sensibilidade para se ver, sabedoria é fundamental para bem viver.


Espelhados em ti, os homem decidem renovar-se
Limpar as tristezas, e ratificar suas certezas
O Equilíbrio é tua marca, teu ponto crucial
Qualidades estas, que busco como meu ideal.


Estação passageira, como a infância ou uma canção
Liberdade de fluir, como os ventos e sentimentos que simplesmente devem ir.
Um pouco de verão, um pouco de inverno
União que gera a perfeição.


Tempo de colher sentimentos mil
Corações amantes que só querem ser gentil
Tempo de esperança e luta,
Que na natureza é traduzida em sutileza.

Não tenhas medo de buscar, aquilo que queres alcançar
Busque amores, alegrias, músicas, palavras e cores.
Teu tempo neste mundo é como tal estação,
Ser que é mutável em prol da auto-satisfação.




Jane Bem

20/03/2010 (início da estação)

quarta-feira, 17 de março de 2010

Haikai para uma Pequenina

-Vieste para encantar.
-Ver-te nascer foi meu prazer
-Tudo que dou é meu bem querer


Jane Bem

18/03/2010

(Para minha sobrinha Cecília)

Mãe

Corajosa e esbravejante
Por prudência, acaba sendo errante
Língua ferina, de palavras dilacerantes
Confunde meu amor com teu zelo estonteante.

Atitude vil, outrora pertinente
Um olhar frio e por vezes excludente
Carente de perdão é o que sinto quando fala das coisas do coração
Furtas-me de sentir a mulher que és com toda sua emoção, não te preocupes, não sou Deus, apenas tua criação.

As rezas são o refúgio, pedes ao pai que entendas os teus murmúrios
Não conheço os teus ludos, desconheço o que é o teu tudo
Sei que dói dentro de ti, a ausência de um ser que não mais está aqui
Perdoou-te, por absolutamente tudo, pois sei que tenho muito de ti.

Admiro-te pela força e determinação
Mulher que foi capaz ver um companheiro de bom coração
No teu caminho quero estar, e de muito amor materno desfrutar
Segue em frente com fé a olhar, olhes a tua volta e reaprenda aos poucos a amar.


Jane Bem

17/03/2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

O que se quer ser

Uma autobiografia também é universal.
Cada ser humano é também parte de um todo
O todo que completa o interminável,
Mas na vida, tudo que não importa é o fim.

E o que importa?
A importância que é vista muda com o olhar pessoal, indiscutivelmente seu,
E o que é seu, foi o mundo com o seu todo quem deu.
E que você traduziu em algo só seu
O mar de mudanças te almeja para mostrar a importância de ser,
Mas, mudar para ser, não é fácil
Fácil é se corromper e ser o que o todo quer.

Embaixo da ambigüidade singular sobra a real forma da existência,
Que nos fazem ser únicos
Distinguíveis, idênticos, pessoais, iguais
O oposto particular, que nos mostra a universalidade da nossa própria biografia.

Poema de Jane Bem, Maíra Borges e Rossano Coutelo.