segunda-feira, 25 de julho de 2011

Necessidade

Seria prostrada se não pudesse sentir o que digo, ou dizer o que sinto.
Em minhas cordas vocais há mais que emissão de som sem sentido, há nela o que sou e através dela o que pretendo ser. Em minhas palavras há minha existência, e nela regozijo minhas filosofias tolhidas, meus tormentos e razões. Em tímidas e reduzidas linhas vou exaustiva e continuamente tecendo e me compondo com o objetivo de completar-me.
Missão nobre, firme e necessária. Mas é vã; pois aos vinte e cinco busco algo para que aos cinqüenta e cinco chegue à conclusão de que não precisava do que buscava. Sendo assim, acho que buscar através das palavras é por essência minha missão. Cascavilhar meu ser é por opção, a minha obrigação, para que eu possa escrever o amor, a dor, e que sozinha carregue meu próprio andor até o fim. Espero que nas travessias possam estar minhas mãos amigas e que estas digam que estará próximo do fim as minhas agonias. Ainda que na falta de veracidade, a intenção seja minha felicidade.




Jane Bem

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