domingo, 11 de dezembro de 2011
Pra toda minha vida
Para que meus sonhos façam sentido, e que as graças plantem raízes dentro de mim.
Pai! Faz-me nobre, para que sejam exorcizadas as arrogâncias e discrepâncias entre mim e o meu viver.
Pai! Lava-me com tua humildade para que se apazigúe a soberba que possuo e as que ainda estão por vir.
Ensina-me a amar,
Dispa o que sou,
Mostra-me o que tenho a dar,
E sabedoria para com os quem tenho de zelar.
Tolices!
12h da tarde, casa miúda, calor escaldante de dezembro e o ócio.
Ânsia para chegada da noite aonde vem à brisa, o abraço, e, porque não o fim da agonia.
Há uma perturbação constante deste futuro desejável que é sufocado por este presente “infernal”, que queria outro.
Eu quero outro...
Presente,
Mente...
eu quero outra paciência.
Para sanar as lamentações.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
É assim...
Julgo-me perdedora antes da tentativa quando estou insana.
Choro porque me alivia.
Choro pela beleza, pela perda e pelas superações;
Choro só pelo prazer de sentir.
Sinto por existir.
Humildade
minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”
Cora Coralina
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Soneto Precioso
A pedra que transparece o rio caudaloso,
brilha na pureza de um gozo escandaloso.
Arremata os olhos de fêmeas vis,
assim como os apaixonados, quando o destino quis.
As delicadezas inquebrantáveis,
quebra a rudeza maleável;
quando selados, pelos votos estáveis,
e de sonho sonhável.
Toma-te nua, crua e sua,
torna-te fase, negra, alva, fragmentada,
confusa como lua.
E quando os corpos não mais se distinguirem,
Quando duas almas não mais existirem,
Simboliza com este anel, esse ímpeto de céu.
Soneto das Definições
Não falarei de coisas, mas de inventos Multiplicar-me-ei em mil cinzentos Daí, o meu desprezo a jogos claros Daí também, a enorme divergência Carlos Pena Filho |
Do contra
Eu tenho um olhar murmurinhento;
Mexe com minha cabeça, por fora e por dentro.
Tudo é indefinido. Eu sou indefinida;
Sou finda, louca, linda, doida e desmedida... Hã!?
Eu sou cacofônica...
Quanta confusão!
Tudo isso, porque vou de contra ao vento.