quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Mosaico de Vidas

Nossa vida são gomos
cada pedacinho uma face,
um sentido, uma composição.

Acumulei tantos pedacinhos
que arquitetei um lindo e grande mosaico.
O encaixe se dá lentamente para que fique bem organizado.

Possuía alguns interessantes,
amorosos, coloridos, pequenos e grandes.
Era uma festa tê-los.

Na minha euforia em juntá-los
pensei lentamente como colocar e posteriormente me orgulhar.
Medi milimetricamente o lugarzinho de cada um deles.

Mas me enganei.
Seus tamanhos não comportavam seu papel na minha realidade,
ao passo que tentando organizar, desorganizei tudo que gostaria,
esqueci que a todos jamais agradaria.

Grandes pedaços, pequenos espaços,
cores opacas e vibrantes divergiam seus lugares,
egos imensos, egoístas sem me dar um menor alento
convergindo em desagradabilidade.

Parei de querer formar um painel inexistente
com personagens tão diferentes,
e para não destruí-lo (já que idealizei tanto),
guardo-os sem aguardá-los.

Jane Bem

Vamos?

Vamos começar.
Limpemos tudo que suja sua/minha trajetória. A leve poeira transforma-se em espessas camadas difíceis de retirar. Se não pudermos limpar, afastemos ao menos os trapinhos do caminho, pelos menos temporariamente, pois o ideal não é afastar parcialmente, o bom mesmo é que se jogue fora a desordem. Pois mesmo que dê para passar apertadinho no caos, o caos ainda estará lá (se você quiser).
Sejamos fortes, francos, claros e diretos. Já vivemos suficiente e experimentamos muito para “começar”, sejamos sinceros e não nos enganemos, por isso, não vamos começar, pois
(Re)começar é mais coerente no girar da vida.
Jane Bem

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Má Fase.

Estou bem lunar.
Um eterno transitar; É um tal de fica, outro tal de vai.
Tal como os girassóis, hora erguida, hora murcha.

Este cansaço se apresenta forte,
Com momentos de topor, e outrora um mar preste à ressacar.

Sou nova,
Constantemente minguante,
Pouco crescente,
E muito cheia.




Jane Bem

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Desculpem- me pela confusão!

Enquanto estou sentada distribuindo sílabas que formarão palavras com o objetivo de me dar prazer – e geralmente dar- estou com medo. Para ser franca, estou apavorada. O relógio gira, gira, e quando mais (inevitavelmente) ele gira mais apertado fica meu peito.
Isto não se trata de um drama. São só aflições de uma menina que quer muito, se acalma pouco, e não desiste de querer nunca.


Enquanto me deleito nas palavras, “perco” meu tempo não fazendo o que a sociedade me diz de todas as formas que você possa imaginar para que eu faça. Nossa, que vácuo vem se mostrando nosso breve diálogo através de minhas palavras! Perdoe-me leitor! Eu vim desabafas que quero o simples: Eu quero dinheiro (mal necessário), eu quero responsabilidade sem precisar me matar mostrando que sou responsável, eu quero fazer curso de línguas, quero viajar, quero muito trabalhar, quero meu lar. Parece mais difícil do que se imagina.

Sinto urgência, impaciência, espero que se instale em mim a persistência. É só disso que preciso.

Se não entendes minha cabeça, não te preocupes, mas agradeço “perderes” tempo fazendo essa leitura.


Jane Bem

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Na Minha Meninice

Na minha meninice
vi soltarem balões, empinarem pipas,
brincarem de boneca e jogarem fichas (tapinhas de coca-cola).

Na minha meninice,
não sabia bem tudo o que o mundo tinha.

Na minha adolescência,
vi bilhetinho, e o coração cheio de torvelinhos,
beijos amados e tantos outros desnecessários.

Na minha jovem vida adulta,
já não me iludo a toa, criei uma espécie de proa,
a espera dos problemas.
Criamos certa dureza para aguentar.

Mas nas horas vagas, voltamos a brincar.

Jane Bem



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Do universo à jabuticaba - Rubem Alves

“Saberemos viver uma vida melhor que esta, quando mesmo chorando é tão bom estarmos juntos? Depois da morte eu quero o que o seu vácuo abrupto fixou na minha alma. Quando eu ressuscitar, o que eu quero é a vida repetida sem o perigo da morte, os riscos todos, a garantia: à noite estaremos juntos…” in Alves, Rubem – Do universo à jabuticaba – São Paulo, Editora Planeta, (2010)


Adélia Prado.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Troca e complemento

No areal duas amigas proseando e simultaneamente indagando,...
- Quão belo está este dia!
- Falas do sol que nos “alumia”?
- Também. É como se saíssemos da escuridão dos dias.
- Seus dias são escuros deveras ou você os acinzenta?
- Eu os deixo da forma que posso enquanto passo. Ou seja, deixo a rotina dominá-lo.
- Sei como é!
- Você é parcialmente dona de si.
- exato.
- Mas o que isso tem de errado?
- Nada! Sua vida apenas não conhece o prazer do acaso.


Jane Bem